A bilhetagem eletrônica se apresenta como um conjunto de dispositivos e sistemas de automação desenvolvidos para integrar a geração e distribuição de créditos de passagens, bem como o cadastramento de usuários, o pagamento e a arrecadação de tarifas dos meios de transporte público. Seu progresso se faz sentir em inúmeros aspectos, pois hoje, o cidadão dispõe para se locomover de uma rede integrada de transporte envolvendo linhas de ônibus, trens, metrôs e, em certas regiões, até barcas.
A tecnologia alcançada pelo Bilhete Eletrônico tornou possível a utilização de mais de um tipo de modal de transporte público por um mesmo sistema de cobrança rápido e eficaz, garantindo ao cidadão o direito de ir e vir de uma maneira bastante prática e econômica. Além de ocasionar a diminuição dos custos por conta das integrações tarifária e/ou temporal, a redução da quantidade de valores monetários que circulavam nos veículos contribuiu para que se aumentasse a segurança nas viagens – tanto isso é verdade que o número de assaltos diminuiu drasticamente após a implantação do Bilhete Eletrônico. Pode-se dizer ainda que práticas até então usuais nas grandes metrópoles, como a comercialização clandestina ou o escambo dos vales em papel, praticamente foram extintos, garantindo o real destino das passagens emitidas.
Divisor de águas neste mercado foi o lançamento do maior projeto de bilhetagem eletrônica do país – e um dos maiores do mundo –, o Bilhete Único, no município de São Paulo, coordenado pela SPTrans. Esse sistema foi colocado em plena operação em meados de 2004 e atualmente conta com mais de 12 milhões de cartões emitidos, integrando as redes de ônibus, trens e metrô da capital paulista. Atualmente, todas as regiões metropolitanas do Brasil contam com distintas metodologias de sistemas de bilhetagem eletrônica implantadas. Estes sistemas utilizam desde cartões inteligentes a aplicativos de celulares, QR Codes, pulseiras inteligentes, envolvendo em alguns casos até o controle através de itens de biometria como por exemplo, o reconhecimento facial.
No que tange ao Vale-Transporte, por meio do funcionamento integrado desses dispositivos, é possível checar se os créditos estão sendo debitados e saber em que medida o funcionário está ou não utilizando seu benefício na ida e volta do trabalho. Ter ciência se o empregado está subutilizando seus créditos, em virtude de eventual substituição do transporte coletivo por outras formas de locomoção que não empreguem o benefício (carona, bicicleta, veículo próprio etc.) no trajeto residência-trabalho ou vice-versa, é de inquestionável importância, pois tem impacto direto nas despesas correntes das empresas. Caso se constate que um empregado não está utilizando 100% do seu Vale-Transporte, a empresa pode, naquele mês, creditar somente a quantia necessária para completar o valor total do benefício, já que não é obrigada a lançar o valor completo todo mês quando o Vale-Transporte não vem sendo usado integralmente pelo beneficiado.
Finalizando, a implantação da bilhetagem eletrônica gera subsídios para a extinção do mercado clandestino bem como garante maiores controles sobre a performance das operações de transporte. No que tange ao benefício Vale-Transporte, sistemas de comercialização e gestão integrados a bilhetagem eletrônica, proporcionam aos setores de RH das empresas maior comodidade, segurança e principalmente redução de despesas, atuando no controle efetivo dos itens necessários e suas respectivas quantidades a serem adquiridas, bem como a sua correta utilização por parte dos empregados.
Celso Campello Neto é professor universitário e CEO da Benefício Certo