ESG x Responsabilidade corporativa – o papel do RH na construção de empresas mais conscientes

Se você é um gestor ligado nas tendências corporativas, já deve ter ouvido falar, mesmo que superficialmente do ESG. O acrônimo para Environmental, Social and Corporate Governance se trata de uma abordagem de negócios que leva em consideração a postura da empresa em relação à responsabilidade ambiental, social e de governança corporativa. 

Mais do que nunca, essa tríade é vista como fator decisivo para o sucesso de um negócio, ainda mais se levarmos em consideração a maior conscientização por parte dos consumidores e da sociedade como um todo. Em resumo, uma empresa consciente quanto ao impacto de suas atividades, engajada em questões sociais e proativa na melhoria contínua das relações de trabalho se destaca frente a concorrência. Isso posto, hoje iremos falar de como o setor de Recursos Humanos pode contribuir para que a empresa se enquadre nesses padrões. Confira:

Uma nova visão

Esse conceito, embora super atual, não é novo: a relação entre responsabilidade corporativa e impactos socioambientais tem sido levantada pela ONU e por grandes empresas desde a primeira década de 2000. 

Desde então, essa preocupação só tem crescido e, inclusive está na agenda dos acordos firmados pela COP27 (Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas – 2022) com as maiores lideranças de negócios do mundo. 

Mais do que nunca, fica claro de que uma sociedade mais justa e sustentável depende, obrigatoriamente, da ação das empresas (sejam elas de pequeno, médio ou grande porte).  E é justamente aqui que entra o papel do RH no ESG: já falamos bastante aqui no blog que, atualmente, esse setor está mais envolvido no planejamento e na tomada de decisão das empresas.

Logo, seu trabalho se torna ainda mais relevante quando a corporação decide incorporar os valores da abordagem ESG na sua política, especialmente no que diz respeito à responsabilidade social. Algumas ações, inclusive, dependem diretamente desse departamento. Vamos focar em algumas delas: 

Aspectos sociais da marca empregadora

Quando falamos de ações sociais, precisamos começar do básico: uma empresa que não trata bem seus colaboradores está longe de se alinhar à filosofia ESG. Justamente por isso, a organização precisa começar a transformação de “dentro para fora”. A saber, por uma:

Remuneração justa

Por mais óbvio que possa parecer, oferecer salários justos e competitivos é um ponto central das relações trabalhistas. No entanto, sabemos que, não raramente, esse fator fica em segundo plano em algumas empresas.

Mas, para se alinhar ao ESG, o gestor de RH precisa garantir que a política de remuneração e de benefícios oferecidos aos colaboradores seja, de fato, competitiva e capaz de reter o talento a longo prazo. 

Mais do que um bom salário inicial, é preciso uma revisão periódica levando em consideração o desempenho do colaborador, bem como outros aspectos que podem impactar sua vida financeira ao longo do tempo: casamento, filhos, desvalorização da moeda, inflação, etc.

Por mais que alguns desses aspectos fujam da alçada da empresa, o “congelamento” do salário, a perda do poder de compra e a falta de benefícios como vale transporte e alimentação (cujo impacto pode ser considerável no orçamento mensal), podem fazer com que esse colaborador se sinta desvalorizado e volte para o mercado de trabalho em busca uma oferta melhor. 

Equiparação e inclusão

O olhar mais “humanizado” para as relações de trabalho também envolve a equiparação salarial entre os gêneros e o incentivo à contratação de pessoas pertencentes à grupos minoritários (por exemplo, PCDs) que, muitas vezes, ficam à margem do mercado.

Os gestores de RH podem trabalhar com ações de conscientização, tanto para a alta gerência quanto para os colaboradores, enaltecendo a importância da inclusão desses profissionais no quadro da empresa. Essa atitude é super bem vinda, não só pela mensagem positiva que passa para a os consumidores da marca, mas por agregar novas visões de mundo ao time e, principalmente, promover mais igualdade entre grupos diversos.

Ambientes mais leves

Depois que o mundo enfrentou (e ainda não superou totalmente) a ameaça do Covid-19, vimos como as relações sociais e a qualidade de vida impactam na saúde mental e, por consequência no desempenho profissional.

Nesse sentido, considerando as premissas do ESG, os gestores de RH podem contribuir para um ambiente de trabalho mais “leve”, com mais flexibilidade e menos cobranças. Isso não significa abrir mão de metas competitivas, pelo contrário, é um incentivo à otimização da jornada, para que os colaboradores não tenham que fazer hora extra, “levar trabalho para a casa” ou entrarem em esgotamento devido à pressão dos superiores.

Para isso, algumas questões podem ser levantadas pelo RH: O efetivo profissional é suficiente para atender a demanda da empresa? Os colaboradores contam com a infraestrutura e as ferramentas adequadas para a realização das tarefas? A comunicação com superiores é eficiente? 

Se a empresa já caminha nesse sentido, pode ir além e se perguntar: O que pode ser feito para melhorar a satisfação dos colaboradores? Nesse momento, uma pesquisa de opinião é super oportuna e pode dar insights para que os gestores avancem ainda mais nos critérios ESG.

Indo além

Obviamente, estes são pontos triviais do espectro social ESG. No entanto, o trabalho do RH não fica restrito às questões trabalhistas, até mesmo porque a abordagem é como um ciclo, onde uma melhoria leva à outra (social > ambiental > governança). 

Inclusive, o departamento pode contribuir para o treinamento da equipe no que diz respeito ao aproveitamento adequado de recursos e a diminuição de desperdícios. Pode coordenar e incentivar ações na vizinhança, como a conservação de praças, oficinas voltadas para a comunidade, entre outros projetos. 

O mais importante é que o comprometimento da empresa com o ESG seja real, e não parte de um discurso de venda, ainda mais em tempos nos quais bastam alguns cliques para pesquisar a reputação de uma marca.

Quer saber ainda mais sobre o ESG e como você, gestor, pode colaborar para sua empresa se tornar ainda mais alinhada à essa filosofia? Acompanhe o Blog da Benefício Certo, em breve traremos ainda mais informação para você ficar por dentro do assunto!

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